Poço sem Fundo

        Não espere por um debate sobre estilo ou modelo de jogo. A CBF tem convicção de que a derrota para a Alemanha foi mesmo um acidente. E eles acontecem. Afinal, como costuma dizer José Maria Marin, "os pentacampeões mundiais não têm nada a aprender, apenas a ensinar".
      A voz do atraso é música para os ouvidos dos cartolas da CBF. No momento em que o futebol brasileiro exigia um inventário sobre o seu gigantesco atraso, Dunga é a solução. O problema é que Marin deve ter ido para casa com a certeza de ter, desta vez, acertado o alvo.
     Não podemos esquecer, porém, que a troca de Mano por Felipão foi obra dele. A ideia, antes da Copa, era se proteger de um possível fracasso. Descarregar a culpa em Felipão, como agora, era mais negócio do que dividi-la com Mano Menezes.
     O tempo passa, o tempo voa e a situação do futebol brasileiro se agrava. Dunga vai melhorar a seleção porque começa do caos, da maior derrota nos 100 anos da equipe nacional. Impossível piorar, apesar das dificuldades.
    Infelizmente, a goleada foi pequena, apenas 7 a 1. Decepcionou-se quem imaginou que uma pancada desse tamanho pudesse desencadear um debate sobre o futebol no país. 
     Mas está tudo bem, o Campeonato Brasileiro é maravilhoso e os clubes não estão quebrados. O único problema é a seleção, agora resolvido com Dunga. Esse poço não tem fundo.

Paulo Caçalde
Jornalista  ESPN

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