O GECUPOM NA SEMANA ACADÊMICA - UFSC

Na XIII Semana de Educação Física da UFSC, que acontecerá entre 6 e 10 de junho de 2011, o GECUPOM/FUTEBOL estará presente em alguns importantes momentos:


MINICURSOS (07/06/11):

Título: A formação do árbitro de futebol para atuar no campo das emoções
Ministrantes: Marco Antônio Martins Lopes
Descrição: O minicurso tem como objetivo propiciar reflexões sobre aspectos inerentes ao árbitro de futebol. Dando ênfase na sua formação inicial e preparação para exercer sua função dentro do campo de jogo. Assim, desmistifica-se o fardo deste profissional tão importante em nossa cultura e os conceitos prontos determinados por olhares críticos.
A metodologia será referente a uma explanação sobre os seguintes tópicos: História do futebol; Surgimento do árbitro; Função/Deveres; Aspectos técnicos: Regras do jogo; Aspectos táticos; Aspectos psicológicos; Aspectos físicos; Temas relacionados; Curiosidades. Após a abordagem do último assunto será aplicada uma aula prática sobre a construção de três pilares: Técnico, físico e psicológico. Desta forma, os participantes irão desenvolver as formas do pensar, refletir e do agir de um Árbitro de futebol, se inserindo de fato num contexto impróprio do “errar humano”.
Área de concentração: Esporte, Cultura e Sociedade
Carga-horária: 4h
Período: Manhã
Número de vagas: 5 (mínimo); 15 (máximo)
Local: Sala 70 (Piscina do CDS) e Ginásio 1

Título: Teoria e prática de ensino, aprendizagem e treinamento no futebol e futsal
Ministrantes: Lucas Barreto Klein, Júlio César Couto de Souza
Descrição: Proporcionar aos participantes, noções de teoria e prática, de diferentes processos pedagógicos de ensino, aprendizagem e treinamento de futebol e futsal. Os conteúdos temáticos serão: introdução a pedagogia dos esportes; as atuais tendências pedagógicas de ensino dos jogos coletivos (futebol e futsal); a prática de unidades temáticas/funcionais por meio de pequenos e grandes jogos. O curso será ministrado a partir de abordagens teórico/práticas, leitura de textos, dinâmicas de grupo e avaliação coletiva do processo.
Área de concentração: Teoria e Prática Pedagógica em Educação Física
Carga-horária: 4h
Período: Tarde
Número de vagas: 10 (mínimo); 25 (máximo)
Local: Sala 71 (Piscina CDS) e Ginásio 3

APRESENTAÇÃO ORAL (10/06/11):
- EM TEMPOS DE COPA DO MUNDO: APARTHEID E FUTEBOL COMO CONTEÚDOS TEMÁTICOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR.
- O FUTEBOL AMADOR DE FLORIANÓPOLIS: UMA APROXIMAÇÃO INVESTIGATIVA

APRESENTAÇÃO DE PÔSTER (10/06/11):
- FUTSAL: REFLEXÕES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS SOBRE O PROCESSO DE ENSINO EM CATEGORIAS DE BASE

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO EM AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ATRAVÉS DE UMA PRÁXIS, SENDO ESTA ORIENTADA PELOS 5 SENTIDOS.

Para mais informações acesse: http://xiisemanadeeducacaofisica.blogspot.com/

Vem aí...







XII Semana de Educação Física CDS/UFSC

"DA FORMAÇÃO INICIAL À INTERVENÇÃO PROFISSIONAL"

 - de 6 a 10 de Junho de 2011

 - Centro de Desportos da UFSC

Notícias do RS

'O Banrisul pode alavancar o futebol do interior', diz Lindenmeyer

04/05/2011
Segue a luta do deputado Alexandre Lindenmeyer (PT) pela definição de critérios por parte do Banrisul na distribuição de patrocínios para os clubes que disputam a Segundona Gaúcha. Nas últimas semanas, o parlamentar apresentou o programa “Jogo Aberto” ao Gerente de Recursos Terceiros do banco, Julimar Machado, ao secretário de Esporte e Lazer do Estado, Kalil Sehbe, e ao presidente da Assembleia Legislativa, Adão Villaverde (PT) que avaliaram positivamente a proposição.

O Gerente de Recursos Terceiros do Banrisul, Julimar Machado, relatou que a direção atual do banco não concorda com a política de patrocínios da gestão anterior e que haverá mudanças nos próximos anos. Julimar recebeu o programa “Jogo Aberto” de Alexandre, proposta que classificou como “muito rica e que contribuirá bastante para a implantação de novas políticas de patrocínio para o futebol gaúcho”.

Alexandre defendeu a possibilidade do banco investir um pouco mais no interior do Estado. “Não concordo com o investimento polarizado.  Quando nos referimos a Segundona Gaúcha, estamos falando de 24 municípios, muitos destes com uma história muito atrelada ao futebol. O Banrisul pode alavancar o futebol do interior.”, afirma o deputado que se coloca à disposição da instituição para a construção deste processo.

Na oportunidade, o parlamentar apresentou os projetos ‘Você pode ser um campeão do vôlei’ e ‘Campeões Olímpicos e Campeões da vida” ao gerente. Os projetos pretendem promover a inclusão social de cerca de 600 crianças e adolescentes e 100 portadores de necessidades especiais. Julimar, se mostrou sensibilizado com a proposta e prometeu uma nova conversa sobre os projetos associados a Fundação Sócio Cultural Esportiva do Rio Grande (Funserg).

Segundo o deputado, uma conversa com o presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) seguida de uma apresentação da proposta para os presidentes dos clubes que participam do campeonato será a próxima investida deste projeto que promete fortalecer o futebol gaúcho como um todo.

RELATOS DO FUTEBOL AMADOR DA CIDADE DE FLORIPA

Estamos em fase de coleta de dados para subsidiar um dos membros

do GECUPOM/FUTEBOL, cujo o seu TCC irá abordar entre tantas relações, o

futebol amador que é jogado hoje na nossa cidade, sendo uma das perguntas

norteadoras : É paixão ou negócio? Além é claro de pesquisas individuais do

tema, entre eles a minha (Guilherme) onde tentarei mostrar aos leitores as

relações existentes entre a comunidade e o clube amador nela inserido.



Então, buscamos nos 27 clubes amadores que disputam o campeonato

da Liga Florianopolitana de Futebol, nas suas três divisões, uma série de dados

e reflexões em entrevistas realizadas com presidentes, diretores, sócios ou

meros torcedores e conhecedores do clube de suas comunidades.



Tive o privilégio de poder realizar a minha coleta de dados em clubes

tradicionais da cidade e que dois deles pertencem ao meu bairro, são eles:

Associação Recreativa Cultural e Esportiva Bangu, Associação Canto do Rio

Futebol Clube e Bandeirante Recreativo Futebol Clube, do qual neste último

tenho a oportunidade de conviver desde o meu nascimento até os dias de hoje,

tornando além de um torcedor, um apaixonado pelo clube.



Consegui entrevistar, um fundador, diretor e colaborador dos clubes,

onde tivemos um longo bate-papo sobre a história dos mesmos além é claro

de toda a relação do clube com o futebol. Muitas idéias foram apresentadas

pelos entrevistados, apesar das diferentes histórias e contribuições , todos

levantaram a idéia de que antigamente os jogadores destes clubes pertenciam

quase que em sua totalidade a moradores próximos ao clube, onde os jogos

era uma verdadeira festa na comunidade. Todos os moradores conheciam

os “atletas dos clubes” além de suas famílias e local em que moravam.



Para tristeza de todos, quando perguntado “o que você acha que vem

mudando a forma de existir o futebol amador na sua comunidade” praticamente

todos responderam da mesma maneira, onde segundo um dos entrevistados

“ o futebol amador de hoje está muito mudado , os jogadores não têm vínculo

algum com o clube e com o bairro, onde os atletas só querem saber apenas

deles mesmos, se preocupando apenas com o dinheiro que irão receber

após o jogo... Hoje o campeonato amador da cidade é totalmente sem graça

não motiva a comunidade. E também é uma pena que os jovens de hoje não

tem interesse em ajudar a administrar o clube, pois o mesmo é uma tarefa

voluntária”.



Essa questão do pagamento do jogador após as partidas, foram

bastante citados pelos entrevistados, onde com toda a falta de conhecimento

de alguns deles em diversas temáticas, foram enfáticos ao falar que o futebol



deixa de ser amador a partir do momento em que os jogadores recebem

para jogar no clube. Fiquei muito feliz com essa colocação, pois sem ao

menos eu levantar esta questão, nossos colaboradores logo colocaram com

muita convicção esta idéia, onde todos fizeram questão de afirmar que todos

estes recursos deveriam ser utilizados em projetos sociais realizados pelos

clubes, como por exemplo, as escolinhas de futebol onde serão formados os

futuros “jogadores” dos clubes e cidadãos, os grupos de idosos, cursos além

das estruturas dos clubes.



Penso que tivemos durante esta atividade verdadeiras lições

de história, cultura e paixões. Também percebemos certo tom de tristeza

presentes em falas que relatam os tempos que dificilmente voltarão do futebol

amador da cidade, principalmente de toda a sua descaracterização, como

resultado dos pagamentos de jogadores que não fazem questão alguma de

conhecer o bairro que o clube está inserido, além de toda a sua cultura e

história, tirando assim todo o brilho do esporte. O que os deixa felizes é, saber

que muitas crianças participam das escolinhas oferecidas gratuitamente pelos

clubes ( sendo que um deles possui 300 crianças em sua escolinha), além

dos times de veteranos e projetos realizados em suas estruturas. É uma pena

que nossos governantes e empresários não olham para os clubes amadores

da nossa cidade que desempenham algum tipo de papel social para nossas

crianças, jovens, adultos e idosos, investindo assim na formação de um ser

humano.

A MISÉRIA DO ESPORTE - PARTE 1

Por Elaine Tavares - jornalista


Já está nas livrarias de todo o país – editado pela editora catarinense Insular - um livro que promete mexer com toda a estrutura do esporte em Santa Catarina e no Brasil. É o trabalho “A Miséria do Esporte: reflexões sobre as políticas públicas em Santa Catarina”, de autoria do professor da UNOESC e mestre em Sociologia Política pela UFSC, Nilso Ouriques. No livro, Ouriques recupera, de maneira inédita, a história do esporte no estado, desde os tempos do chamado amadorismo até a profissionalização gradual que foi se gestando a partir das políticas públicas. O autor mostra, por exemplo, com absoluta claridade, como um dos maiores eventos do esporte amador de Santa Catarina, os JASC, está eivado do que ele chama de “profissionalismo marrom”. A politicagem, os desacertos, as arrumações e as equivocadas políticas públicas vão sendo desveladas, formando um quadro bastante sombrio do esporte em Santa Catarina. A obra, absolutamente eficaz no seu panorama totalizante, certamente pode servir para a reflexão do tema nos demais estados da federação, uma vez que as realidades são muito parecidas.

No texto que abre o livro, Nilso Ouriques mostra como o esporte em Santa Catarina passa de um amadorismo elitista para o chamado profissionalismo, e como depois esse profissionalismo vai se misturando ao esporte amador, a ponto de algumas prefeituras lançarem mão de atletas de fora dos municípios, com pagamento de altas quantias em dinheiro, para a disputa dos “amadores” Jogos Abertos, tornando a competição quase uma fraude. Expõe ainda, como, no transcurso da história, o esporte vai saindo da órbita do prazer e da saúde para outra, bem diferente, de competição, alto rendimento e derrocada física, elementos típicos do capitalismo. Ainda no âmbito da história, Ouriques traça a caminhada do esporte no seu processo de institucionalização, quando o estado passa a lançar mão desta atividade para, inclusive, fazer uso político do setor, chegando a ser o que é hoje: espetáculo, evento, e nada mais.

A Miséria do Esporte revela também a trajetória da própria FIFA (Federação Internacional das Associações de Futebol), que antes de 1974, quando então assume João Havelange, não passava de uma pequena instituição européia, e que, com a proposta de estabelecer parceria com a grande empresa Adidas, começa um caminho sem volta de comercialização do esporte, hoje elevado a última potência. É uma espécie de nova ética comercial que transforma, no caso, o futebol, em uma mercadoria altamente rentável. Esta idéia de unir o capital com o esporte é a que leva o setor para o caminho dos grandes espetáculos, nos quais, praticamente o que menos importa é o esporte em si. O que está em jogo, realmente, são as múltiplas vendas que podem ser feitas desde esta fatia mercadológica. A FIFA e outras instituições esportivas, tal como o Comitê Olímpico, transformam-se assim em multinacionais do esporte, com todas as misérias que daí decorrem.

Essa nova ética comercial inaugurada pela FIFA vai criando seus tentáculos em todo o planeta, e Santa Catarina não fica de fora. Daí o grande mérito do trabalho de Nilso Ouriques, que faz parte da Rede Brasileira de Estudos Latino-Americanos (REBELA), coordenada pelo Instituto de Estudos Latino-Americanos, da UFSC. Ele consegue, nesta obra, traçar o caminho que o esporte local vai fazendo, desde as propostas amadoras até a sua transformação em mercadoria de alta renda, a ponto de as políticas públicas atuarem na construção de um calendário de eventos, capaz de se manter em atividade o ano inteiro, nos mais de 200 municípios, expondo os atletas a uma lógica de estresse e competição. A ação das Comissões Municipais de Esporte, dos Departamentos Municipais de Esporte e das Fundações Municipais de Esporte vão sendo desveladas e ao final do livro o leitor consegue ter uma visão global de todo o processo, compreendendo quais são as forças que atuam no esporte catarinense e os problemas causados aos atletas e ao próprio conceito de esporte, na medida em que tudo é colocado sob a ótica do comércio, inclusive os seres humanos. “O esporte – diz Nilso – no meio municipal é autoritário, centralizado e profundamente viciado”.

A MISÉRIA DO ESPORTE - PARTE 2

O livro mostra ainda como, a partir da Nova República, os partidos de esquerda, juntamente com as universidades, começaram a trilhar um caminho crítico, de novas propostas. E, com a tomada de algumas prefeituras, nos anos 90, algumas políticas públicas começaram a ser implementadas levando em conta os desejos reais da população. Mas, a partir do ano 2000 essas idéias inovadoras e críticas começaram a vingar e, mesmo a esquerda, no poder, entrou na roda viva do esporte como evento, comércio, espetáculo e mercadoria. No caso de Santa Catarina, Nilso analisa a gestão de João Gizzoni, do PC do B, à frente da Federação Catarinense de Esportes. As idéias novas não vingaram porque o velho modo de conduzir o esporte não morreu. E, mesmo com a esquerda no comando, a grande política do esporte em Santa Catarina continuou sendo o calendário. Nilso desvela claramente que não há planos municipais de esporte e lazer e que tudo o que os municípios fazem é seguir o calendário da Fesporte. Ele observa ainda que, mesmo quando algum município trabalha pela viabilização do esporte comunitário, esta proposta acaba ficando perdida e desprotegida diante da forma hegemônica de conduzir o esporte no estado e na própria prefeitura. No geral, as atividades que envolvem comunidades são pontuais, rituais e não tem continuidade.


Há ainda toda uma análise da formação do profissional de Educação Física. Nilso mostra como os cursos, nas universidades, vão se adequando a esta lógica do esporte como evento, a tal ponto de preparar o aluno para serem gerentes, administradores esportivos, trabalhando sempre na lógica do marquetim e do comércio, transformando assim o esporte e o lazer num mero negócio. Sem mudar esta estrutura que vem desde a formação, o professor entende que é muito difícil o estado avançar para uma proposta em que o esporte possa ser vivido pelas gentes mesmas, nas suas comunidades, e como um espaço de lazer e brincadeira.

Agora, nestes dias em que o tema da Copa do Mundo de 2014 já começa a ser incensado na mídia como um grande momento para o país, a leitura do livro de Nilso Ouriques é uma boa dose de realidade. E, apesar de o professor joaçabense ainda depositar certa esperança no Partido dos Trabalhadores (uma vez que este é depositário de todo um debate que inovou a leitura do esporte nos anos 90), as declarações da presidenta Dilma Roussef (PT) no que diz respeito à Copa do Mundo e às Olimpíadas não parecem fugir da lógica de mercado a que estão submetidos estes megaeventos. Para se ter uma idéia, a Grécia, que ainda vive uma crise sem precedentes, teve a origem das suas dívidas impagáveis com os nove bilhões de euros que pegou emprestado para as Olimpíadas de 2004. Se o Brasil caminhar nessa onda, onde poderá parar?

As respostas para o esporte catarinense não aparecem como receita no livro de Nilso Ouriques. Mas, nos diversos artigos, alguns temas apontam caminhos. Uma guinada na formação, o comprometimento social dos profissionais da educação física, políticas públicas democratizadas, mudanças radicais na lógica do pensamento esportivo, a compreensão de que o esporte e o lazer são coisas que devem estar ligadas à saúde e a alegria de viver, o fim da politicagem no setor, enfim, novas liras para novas canções. Como bem se pode perceber na análise do professor, se as velhas práticas não forem extintas, o novo não pode surgir. O máximo que se pode chegar é a um remendo mal-arranjado, e isso, não é suficiente para mudar os conceitos e as práticas nessa área. Por enquanto, tudo é miséria!

Ouriques, Nilso. A Miséria do Esporte – reflexões sobre as políticas públicas em Santa Catarina. Florianópolis: Insular, 2010

Relato de uma cultura !


Nativo do Ribeirão da Ilha, este “manezinho” conheceu o futebol a partir de seu pai que era da diretoria do clube amador próximo a sua casa, cujo nome é Santa Cruz futebol clube, que provém da religiosidade dos fundadores.Ao despertar a paixão pelo futebol, Antônio inicia sua carreira de jogador amador.Onde ajuda a cortar a grama,marcar o campo, e auxiliar em serviços de manutenção para  jogar aos domingos.Neste clube, havia dois times.O primeiro e o segundo time.O primeiro time era composto pelos melhores da comunidade, sendo que dois ou três jogadores não eram da comunidade.O segundo time era formado por jogadores não tão bons quanto o primeiro time, mas sempre havia uma possibilidade de chegar ao primeiro time.Para fechar as partidas com outras comunidades existia uma pessoa que ficava a cargo desta função.No domingo da partida, a equipe adversária se deslocava até o campo de combi, caminhão ou de ônibus.Times que não tinham campo marcavam jogo com equipe que tinham.Tempos atrás, havia também conhecimento sobre o time adversário,ou seja,se o time fosse melhor que o outro, era evidente que não fecharia o jogo com este, mas marcaria o jogo com outro adversário que fosse do seu mesmo nível. Na ocorrência dessas partidas a torcida era um incentivo ao time, parentes e amigos se juntavam para apoiar seus jogadores.Mesmo com a ausência de refletores, ocorria jogo até o entardecer.Durante o relato, há um afago do entrevistado dizendo: “esse tempo que era bom”.Havia protagonista na comunidade, ou melhor, pessoas que eram símbolos e características de uma época. Nos jogos, o que valia era a confraternização e a reunião da comunidade.O entrevistado diz ao final do seu relato que o futebol amador moderno deve ser extinguido, pois só cumpri interesses individuais e não os de uma comunidade.

Nasceu o LUDENS

LUDENS (Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Futebol e modalidades Lúdicas)
Equipe Ludopédio
Ao longo dos últimos anos, o interesse acadêmico pelo futebol e pelos esportes em geral ampliou-se em todas as áreas de investigação científica.
Desde meados da década de 1990, surgiram inúmeras publicações brasileiras que têm como tema e objeto o universo futebolístico e a temática esportiva.
Livros, teses, dissertações e artigos sobre o assunto vêm ganhando espaço dentro da produção acadêmica e editorial.
No momento em que o Brasil se prepara para sediar a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, surge o LUDENS (Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Futebol e modalidades Lúdicas) como suporte institucional que permitirá articular e impulsionar as pesquisas sobre o futebol e diversas outras modalidades lúdicas em meio aos seus eventos mais importantes em termos de espetacularização.
A proposta é utilizar a mobilização social gerada pela Copa e pelos Jogos Olímpicos para estimular uma produção científica mais sistemática, crítica e de caráter interdisciplinar.
A formação do LUDENS é fruto de uma série de iniciativas individuais e coletivas de estudos e pesquisas sobre futebol que remontam ao final da década de 1990.
A partir da disciplina História Sociocultural do Futebol, oferecida anualmente, desde 2003, pelo professor Flavio de Campos no Programa de Pós-Graduação em História Social da FFLCH/USP, alunos de diversos programas de pós-graduação organizaram o grupo de estudos intitulado GIEF (Grupo Interdisciplinar de Estudos sobre Futebol).
Historiadores, antropólogos, geógrafos e educadores físicos encontraram um eixo em comum que lhes permitiu a formação do grupo de caráter interdisciplinar com o objetivo de promover leituras, atividades de pesquisa, bem como a participação e a organização de eventos acadêmicos relacionados ao futebol e outras modalidades lúdicas.
Além disso, parte de seus integrantes organizou um portal especializado em pesquisas sobre futebol (www.ludopedio.com.br).
Embora a USP tenha sido o foco inicial de constituição do grupo, a formação do LUDENS sediado na USP propõe-se a reunir pesquisadores de diversas universidades paulistas (públicas e privadas) – PUC/SP, Unicamp, UFSCAR, UNESP e Unifesp -, e parcerias com universidades estrangeiras – University of Bristol/Inglaterra.
A experiência acumulada pelos proponentes revela a possibilidade de um tratamento interdisciplinar do tema na proposição de ações de conteúdo acadêmico, tais como a organização de seminários, simpósios e livros.
Ao mesmo tempo, são previstas iniciativas que visam contribuir para a valorização desse esporte em viés diferenciado do atual tratamento a ele oferecido, fundamentalmente mercadológico, por meio de parcerias, em especial do Museu do Futebol.
Desde já, cabe destacar a participação de diversos membros do LUDENS na coordenação e organização do I Simpósio de Estudos do Futebol realizado pelo Departamento de História da USP em parceria com a PUC-SP e o Museu do Futebol, em maio de 2010.
Além disso, cabem menções à organização do Dossiê História e Futebol publicado na Revista de História do Departamento de História da Universidade de São Paulo.
A proposta de criação do LUDENS visa configurar, portanto, um centro de referência de estudos sobre futebol e demais modalidades lúdicas considerando a relevância do tema em face de dois principais aspectos:
a) a proximidade da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos a serem realizados no Brasil;
b) a importância do esporte para a sociedade brasileira, bem como sua centralidade para a compreensão de inúmeros fenômenos socioculturais a ela relacionados.
A partir da compreensão do esporte como fenômeno social total, a nossa proposta é abordá-lo em sua diversidade de práticas, significações, representações e formas de torcer.
por Juca Kfouri às 14:04