Greve também no futebol


 O ex-jogador do Corinthians Juan Carlos Arce em treino da Bolívia

Greve do futebol na Bolívia


O Campeonato Boliviano teve seu início adiado neste fim de semana devido a uma greve de jogadores. Agora, o fim da paralisação está vinculado a um acordo entre um ex-atacante do Corinthians, Juan Carlos Arce, e seu antigo clube, o Oriente Petrolero.


A entidade que representa os atletas convocou um boicote à abertura da competição por causa de dívidas com 49 de seus filiados. Apenas o caso de Arce, de 27 anos, continua sem solução. O secretário general dessa organização, David Paniagua, disse que o Oriente Petrolero deve 62 mil dólares ao atacante da seleção boliviana.

A suspensão do campeonato está prevista numa resolução do Conselho Superior da Liga que se refere à necessidade de não se registrarem dívidas antes da primeira rodada.

“A greve impediu a realização de seis partidas, ocasionando grave prejuízo aos clubes"


Relato de Viagem


Ao Chefe do DEF - Departamento de Educação Física da UFSC
Professor Valmir José Oléas
 

 Venho por meio deste, apresentar relatório das atividades que justificaram meu pedido de afastamento  dias 16 a 20 de Julho, quando realizei palestra sobre a temática dos megaeventos esportivos no Congresso Internacional de Formação Continuada de Professores Viamão-RS; no Rio de janeiro em reunião com a Coordenação de Projetos Sociais da Petrobras e, posteriormente de retorno a Porto Alegre em reunião com autoridades do Comitê Gaúcho para tratar de temas da Copa 2014 e com o Secretário de Esportes e Lazer do RS.

Informo-lhe que:
1)      Com relação a minha participação no Congresso Internacional de Formação Continuada de Professores Viamão-RS fiz uma fala aos educadores destacando teses  que venho desenvolvendo quanto aos temas dos megaeventos enquanto estratégias de negócios e da necessidade de recuperarmos no âmbito da escola seus legados educacionais por todos os educadores da escola, de forma especial os professores de Educação Física;
2)      Quanto a agenda com a Coordenação de Projetos Sociais da Petrobras  foi também uma reunião muito produtiva no sentido de estreitarmos relacionamento na perspectiva da produção de conteúdo sobre as teses do esporte de caráter educacional que venho desenvolvendo e que tenho nominado como concepção libertadora-biocêntrica, além de termos tratados da agenda do Centro de Referencia em Esporte Educacional do SCRG - Sport Club Rio Grande, primeiro clube de futebol do Brasil;

3)      E, finalmente quanto a agenda com do Comitê Gaúcho para tratar de temas da Copa 2014 e com o Secretário de Esportes e Lazer do RS tenho a informar-lhe que foram muito produtivas as tratativas para a implementação do programa de formação e qualificação dos trabalhadores dos clubes de futebol do interior do Estado em conformidade com o PL – Projeto de Lei que venho assessorando  junto a Assembléia Legislativa do RS para recuperação, modernização, profissionalização e devolução dos clubes de futebol do interior do RS ao controle social das comunidades onde eles existem, na ocasião fui recebido pelo gerente de transparência do Comitê Gaúcho e pelo secretário de Esportes e Lazer do RS, ambos comprometeram-se com as proposições defendidas a se efetivarem a partir de 2013.
Sendo o que tinha para informar-lhe coloco-me a sua disposição para quais quer outros esclarecimentos que se façam necessários.  
 
 Florianópolis, 23 de Julho  de 2012.

             Professor Paulo Capela

Professor da UEPG organiza livro sobre a Crônica e o Futebol




por Carlos Alberto Mayer
 
Já se encontra à disposição dos professores de Educação Física, acadêmicos e aficionados por futebol, o livro “Passe de Letra – Crônica Esportiva e Sociedade Brasileira”. Tendo como um dos autores e organizador o professor Miguel Archanjo de Freitas Júnior, Coordenadordo Departamento de Educação Física (DEDUFIS), da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), e a participação de diversos pesquisadores de outras instituições, o livro reúne análise dos trabalhos escritos por diversos comentaristas esportivos com destaque para o esporte bretão, através da crônica, que é uma mescla dos gêneros jornalismo e literatura. O título da obra traduz-se num trocadilho entre um estilo de jogada exercida dentro de campo pelos atletas, com a estilística da Língua Portuguesa e traça analogias entre o esporte e a literatura. 
 
 
Este livro foi prefaciado pela professora doutora Fátima Martin Rodrigues Ferreira Antunes (USP), uma das primeiras mulheres do país a pesquisar o futebol tendo a literatura como referência, a qual é uma das principais nomes deste tema de estudo no Brasil e no exterior. Para a professora "Sem firulas, posso afirmar que o primoroso trabalho que os pesquisadores reunidos nos oferecem é obra de referência na produção acadêmica sobre o tema, sendo um verdadeiro ‘passe de letra’".
 
Para Miguel, por ter sido constatada a forte relação entre estes dois elementos substanciais na cultura brasileira, o esporte e a crônica literária, é que tivemos a ideia de organizar esta coletânea. “Esta obra é fruto de um estudo mais aprofundado no que tange a relação entre o esporte e a literatura nacional, principalmente o futebol, modalidade esportiva que detém a predileção dos brasileiros e também dos literatos esportivos”, destacou o organizador, acrescentando que “tal atitude justifica-se pelo fato de que, este tema, geralmente é pesquisado de forma segmentada, pois, no caso da crítica literária, o esporte, mais especificamente o futebol, é considerado apenas um assunto secundário na literatura nacional. Da mesma maneira que, no outro extremo, alguns pesquisadores da História e Sociologia do Esporte utilizam os escritos literários como simples fontes para ilustraro contexto esportivo/futebolístico, descaracterizando a natureza da obra e as características do autor”.

 
Segundo o coordenador, esses estudos iniciaram através das pesquisas desenvolvidas no âmbito da Pós Graduação, na maior parte oriundas das teses no Doutorado e dissertações no Mestrado. “Desta maneira é uma temática que já foi amplamente debatida na academia, pois, em média, uma tese leva quatro anos para ser gestada e os artigos são partes das teses”, ressalta. Miguel lembra que quando teve a idéia, no Encontro Nacional de Pesquisa Histórica, percebeu que na Mesa sobre ‘História do Esporte’, havia uma quantidade significativa de pesquisas que abordavam o futebol, tendo como fonte de pesquisa as crônicas esportivas.
 
O organizador revela que se fixou na crônica por ser uma fonte que até pouco tempo era considerada como sendo de gênero inferior dentro do jornal, com dia e hora definida, pois ela só tinha sentido no momento em que era publicada. 
Citando o escritor, crítico literário, sociólogo e professor, Antonio Cândido, Miguel descreve que “no outro dia a crônica só servia para ser estampada em jornal, sem muita importância. Porém percebemos que ela revela o pensamento de parte da sociedade de uma época, apresentando os valores e ideologias dos literatos que escreviam e desta maneira sendo uma porta de entrada para analisarmos a sociedade do período”.
 
A visão de mundo do cronista, o que acontecia e, principalmente, o que o escritor desejava que acontecesse, pois, enquanto gênero literário, ela abre espaço para a ficção e para a criatividade de quem escreve. Miguel avalia que este livro ganha importância no mercado esportivo e no meio acadêmico neste momento de grande efervescência do futebol no Brasil. “Visualizamos com as decisões de competições internacionais, centenários de equipes e dos primeiros clássicos de clubes nacionais, centenário do escritor Nelson Rodrigues, além da aproximação do período da maior competição da modalidade no Brasil, que é a Copa do Mundo, entre outros acontecimentos”, lembra.
 
Nosso objetivo foi o de produzir uma obra pioneira com vistas a divulgar o que se tem pesquisado sobre a temática e em certa medida romper com a visão de que futebol é assunto que só se discute no bar. “Pretendemos analisar os sentimentos presentes nesta manifestação cultural como algo que nos permite perceber o porquê do comportamento das pessoas em determinadas ocasiões e isto faz parte de um processo que foi historicamente construído que o livro, em certa medida, ajuda a compreender”, comenta.
 

Ética da Conservação e Ética da Mudança

O que é ética?

Respota do professor Paulo Capela a aluna Beatriz:

Ética para mim é toda atitude que tomamos em estado de liberdade, sem sermos constrangidos obrigatoriamente a agir de tal ou qual forma, portanto quando falo em ética falo dos momentos em que decidimos e fazemos nossas opções sem o constrangimento de  fazê-las por imposições, portanto, ser ético é uma opção de fórum intimo de cada um, mas que se constitui pelas  convicções que vão se estruturando ao longo do processo histórico de nossas vidas, ou seja, só nos tornamos verdadeiramente éticos quando temos muitas oportunidades de optar utilizando-nos de nosso livre arbítrio.
Contrariamente a ética, penso que a moral é todo discurso social que nos é imposto  de fora para dentro.
Bem, o fato real é que  ambas, ética e moral, nos condicionam, são partes da mesma moeda e nos dão os parâmetros para uma vida social e para nossas opções. Por mais que queiramos não somos livres de forma absoluta como pensam alguns, os egoístas, visto que sendo sujeitos ético-morais somos seres de relação sociais, e não seres de contatos sociais apenas, não somos células autônomas,  portanto, o aprendizado ético-moral que acredito, pauta-se no aprendizado e no ensino de ler/ver o mundo também a partir do ponto de vista do outro antes de agir.
Outro fato real é de que a vida nos impõe cotidianamente grandes dilemas ético-morais, nos chamando a responsabilidades ao optar a favor do que e de quem, portanto, contra que e contra quem fazemos nossas opções.  opta com coerência ético-moral  quem tem clareza de projeto de vida, de projeto pessoal e profissional, algo raro hoje em dia!
Frente aos dilemas das escolhas de vida uns se acham eticamente com o direito de tomar decisões absolutamente centradas em si, em seus e só seus desejos; outros não, outros pensam que seu direito de tomar decisões é proporcional a felicidade que a sua existência possa trazer a si próprio e aos outros, esses vêem-se imanados em um pensamento ético social de muita grandeza, vêem-se parte da grande família universal-cósmica. Para eles, seus direitos acabam quando acabam o dos outros, ou seja, não podem, enquanto principio ético, ter direitos que não sejam possíveis de serem praticados por todos, quer sejam direitos materiais, quer sejam direitos imateriais, para esses a libertação humana é projeto ético-moral-coletivo.
Assim, os seres humanos se tornam éticos pelas opções que tomam frente a situações limites que lhes são impostas. Vivemos cotidianamente nos comportando socialmente  como seres éticos e morais. Nossa ética (isso eu não faço num espaço de liberdade pessoal de meu ser) nos aproxima e nos distancia de pessoas e projetos de vida e de projetos profissionais. Portanto, ética e moral como duas partes da mesma moeda nos permitem ser o que somos em nosso intimo, e também nos posiciona frente aos “olhos sociais” (frente aos outros). O binômio ético-moral nos dá os claros limites de nossa existência enquanto indivíduos e sujeitos sociais públicos que somos.
Bem, penso que cada instituição profissional impõe princípio de conduta profissional aos sujeitos que nessas instituições atuam, são princípios que na maioria das vezes nos impedem de ser o que verdadeiramente gostaríamos e desejaríamos de ser e fazer profissionalmente, as instituições sociais são conservadoras de uma determinada ordem.. Porém as instituições também nos oferecem  espaços possíveis de mudanças, espaços para ousarmos, muitas das vezes para ousarmos dolorosamente a sermos diferentes.
A UFSC, lugar social onde exerço minhas atividades profissionais, portanto uma universidade Federal Pública Brasileira,  não é diferente das demais universidades brasileiras, é, portanto, uma instituição de ensino superior que expressa, hegemonicamente, um projeto de formação profissional e de produção de conhecimento científico extremamente conservador. É em meio a esse cenário que venho buscando exercitar minhas opções ético-moral e profissionais  a favor das classes populares, da vida plena e de um projeto de universidade que forneça os elementos necessários para a construção de um país mais justo, fraterno, feliz e para todos.
É óbvio que quem assim proceda torna-se uma pessoa estranha a normalidade do sistema, mas o que me faz prosseguir é minha fé inabalável por um mundo melhor para viver. Tenho convicção de que um dia seremos muitos, por isso sou professor e faço com muita intensidade meus dias de vida e de trabalho. Busco ser primeiro professor de mim mesmo, gosto muito de aprender, e depois dos acadêmicos e das pessoas com quem convivo e com quem aprendo muito mais do que ensino. Minha forma de ser professor se faz no radical e amoroso diálogo movido pelo amor a vida e as pessoas, mas com a clareza de ter que  muitas vezes dizer não, quando o fácil teria sido dizer sim....
Espero ter lhe ajudado a entender dilemas de ser um professor que quer uma educação física e um mundo social diferentes em meio a inúmeras condicionantes e limites, da instituição universidade, e os próprios pessoais meus.
Paulo Capela