POR QUE A TRAGÉDIA DA COPA NÃO AFETARÁ A CBF


Dois meses antes do início da Copa do Mundo, Marco Polo Del Nero foi eleito 
o novo presidente da CBF. As eleições que ocorrem de 4 em 4 anos — inicialmente 
previstas para outubro deste ano — foram antecipadas, estrategicamente, 
para o mês de abril a fim de blindar a CBF contra qualquer mudança em caso de
um eventual fracasso da Seleção Brasileira no Mundial.












Não bastasse a absurda antecipação, a disputa pela presidência da 
entidade é a prova incontestável de que os conceitos de eleições e democracia não pertencem necessariamente a mesma família.

O concorrido pleito foi vencido — pasmem! — pelo único homem que o disputou. 
E a pergunta é: por que apenas um candidato? Será que o cargo mais importante 
desse esporte no país, cuja entidade detém o monopólio sobre a exploração do nosso
 maior patrimônio cultural e arrecada R$350 milhões por ano, é algo tão indesejável assim?
Tudo se explica pelo estatuto social da CBF. É ele que determina a representação 
de apenas 47 homens: os presidentes das 27 federações estaduais e os presidentes dos 
20 clubes da série A. São eles que decidem o futuro do futebol no país. Aliado a isso, 
políticos do futebol se escoram em outra proteção estatutária para jogar um jogo 
só deles. É a chamada cláusula de barreira, ou seja, para concorrer ao cargo de 
presidente da entidade, é necessário contar com o apoio de pelo menos 8 Federações e
5 clubes da Série A. Assim sendo, o futebol brasileiro — apesar do desfecho melancólico 
na Copa de 2014 — deve continuar nas mãos dos mesmos senhores que o trouxeram até aqui.

“Como a natureza sabe, sem diversidade não existe evolução.” — Isaias Raw


A falta de visão que desorienta o nosso futebol é resultado direto deste processo político 
arcaico, em que treinadores, jogadores, árbitros e executivos não têm quaisquer 
instrumentos para incidir nas decisões relevantes do futebol no país.
Se o futebol brasileiro quiser evoluir, a CBF precisa garantir uma representação equilibrada
 de todos os segmentos do esporte. É urgente que a assembleia geral da CBF seja 
composta não apenas por um corpo político-burocrático, mas principalmente pelo setor
 técnico do futebol.

Nada mudará se não democratizarmos o estatuto da CBF.


E você, torcedor brasileiro, que tem perguntado como ajudar, como participar da construção
 do nosso próprio legado da Copa, vá ao estádio nesta quarta-feira — quando recomeça
 o Brasileirão — e leve um cartaz ou uma faixa, pedindo:

Democracia na CBF, já!


Com o seu apoio viraremos esse jogo!

Não deixe de assinar a nossa petição no site: www.bomsensofc.org
Bom Senso Futebol Clube


Por um futebol melhor


para quem joga,

para quem torce,

para quem apita,

para quem transmite,

para quem patrocina.
Por um futebol melhor para todos

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