Este
texto discute como o futebol de clubes de fábricas foi importante para a
difusão e a profissionalização do esporte. O clube mais conhecido fundado foi o
The Bangu Athletic Club em 1904 e era
praticado por funcionários ingleses para que os funcionários se divertissem nos
intervalos de serviço. Porém não havia jogadores suficientes, assim foram
obrigados a convidar os operários da tecelagem. As empresas tiveram uma grande
importância, pois foi através do incentivo financeiro que ela deu aos clubes
que os mesmos conseguiram pagar as despesas.
Ao
passar do tempo aumentava os adeptos, e só a hora de almoço não era mais
suficiente e assim passaram a jogar também nos finais de semanas. O número de
clubes aumentava e esses times queriam melhores condições, as empresas deram
suporte financeiro para as melhorias necessárias, como por exemplo, bolas de
couro, construção de campo ou sede social, uniformes e chuteiras. Porém o clube
exigia saber como os recursos estavam sendo usado, assim forma-se o primeiro
controle das despesas do clube e inicia o processo de formação da direção dos
clubes. As decisões que a direção do clube tomava, precisava passar pelo aval
da diretoria da empresa e os principais cargos da direção do clube eram
ocupados por diretores ou chefes da empresa, como o cargo de “presidente de
honra”. O nível das equipes e o número de jogadores só aumentavam assim as
equipes passaram a realizar a seleção de jogadores. Onde só os melhores
jogavam, esses recebiam benefícios em sua função na indústria. Ganhavam
dispensas para treinar, pois a empresa notou que se a equipe obtivesse resultados
expressivos, essa seria uma possibilidade de divulgar a empresa.
Anarquistas
e comunistas eram contra o futebol, por achar um “esporte burguês” e assim
podendo minar a união e a organização da classe. Estes tentaram de todas as
formas desestabilizar o futebol, contudo os funcionários das empresas cada vez
mais praticavam o futebol. Entretanto eles foram importantes para a difusão do
futebol entre a classe operária, onde os trabalhadores se vinculavam de alguma
forma em sindicatos e associações das classes.
A
profissionalização do futebol tem seu auge nas décadas de 40 e 50, assim as
empresas intensificam o processo de qualificar suas equipes e preferem
contratar bons jogadores a bons operários. Com isso os jogadores são
valorizados e os operários percebem que no futebol uma oportunidade de melhorar
sua condição de vida. Os jogadores queriam chegar aos clubes tradicionais e os
clubes das indústrias eram o primeiro passo.
Porém os clubes empresas tinham a vantagem do jogador receber dois
salários e terem benefícios no trabalho da fábrica para se dedicar ao futebol.
O
jogador mais famoso que surgiu em um clube de fábrica foi Garrincha, iniciou
sua carreira em 1949 no Sport Club Pau
Grande. Antes de chegar ao Botafogo e a Seleção Brasileira, teve seu emprego
na empresa muitas vezes sustentado pelo seu enorme talento com a bola. Pois
faltava ao trabalho e brigava com seus colegas de trabalho.
Assim
os clubes das fábricas foram importantes para a popularização e
profissionalização do futebol, através desses clubes pessoas de classe social
menos favorecida tinham a chance de praticar e com isso aumentar os adeptos ao
futebol. Esses clubes tiveram importância por revelar novos jogadores para os
clubes tradicionais e quando esses atletas encerravam sua carreira, as empresas
os acolhiam na empresa e encaixavam eles em alguma função na empresa e no
clube. Com isso de alguma forma davam oportunidades a esses ex-atletas na vida
pós-futebol.
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