Em seu primeiro mandato como deputado federal, Romário (PSB-RJ) atraiu nesta terça-feira (8) os holofotes, ao criticar duramente o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, e o secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke. O ex-jogador chamou de “circo” o encontro que visava discutir a Lei Geral para a Copa do Mundo de 2014.
Acuados, os dirigentes evitaram responder ao tetracampeão mundial de futebol, que mostrou
desenvoltura também para alongar seu tempo de fala e cobrar dos colegas uma postura mais crítica. Em vez dos regimentais três minutos, Romário falou por mais de cinco minutos e fez questões duras a Teixeira e Valcke.
A Teixeira, seu desafeto, perguntou sobre uma acordo na Justiça suíça, envolvendo dirigentes da Fifa que teriam recebido subornos e devolvido o dinheiro posteriormente para não terem os nomes revelados. “Se o senhor for um deles, renuncia à presidência da CBF?”, questionou. A Valcke, perguntou: “Como ter como parceiro uma pessoa tão suspeita?”
Teixeira não respondeu, estimulado pelo presidente da comissão especial, Renan Filho (PMDB-AL), que lembrou a necessidade dos convidados de falarem apenas sobre a Lei Geral da Copa - - tema do encontro. Com o semblante fechado, o presidente da CBF foi breve em todos os seus comentários aos parlamentares ao longo de três horas.
Em vez de responder ao deputado do PSB, o presidente da CBF preferiu se referir à fonte das perguntas, o jornalista Andrew Jennings, da BBC. “Ele foi informado por um oficial de Justiça de que eu abri um processo contra ele. Tentei várias vezes fazer isso na Inglaterra, mas não consegui porque ele não tem emprego fixo”, disse.
Pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, Romário ironizou o secretário-geral da Fifa, que preferiu não enfrentá-lo. “O meu objetivo e interesse como brasileiro e como deputado federal, legitimado, é diferente do senhor”, disse. “Tenho uma carta do seu presidente, Joseph Blatter, que chama o senhor de chantagista.”
Valcke disse apenas que a carta não era relevante para a Copa do Mundo e que não entrariam em uma discussão com um ídolo do futebol como Romário. O deputado não recuou. “Ele diz que a carta não é importante para Copa do Mundo. É a ele que temos que dar satisfações. O brasileiro tem que saber com quem estamos lidando. Isso é importante para a Copa do Mundo, sim”, disse.
Colegas que acusaram Romário de tumultuar a sessão também tiveram de ouvir ironias. “Eu sou novo aqui e não quero citar ninguém. Mas eu não recebo dinheiro de Fifa, CBF nem da AmBev, só quero dizer isso”, afirmou.
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