Jornalista relaciona morte de Vlado a declarações de José Maria Marin contra TV Cultura
Redação Comunique-se
A jornalista Rose Nogueira afirmou em entrevista à EBC que o atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, intimidava a TV Cultura durante a ditadura militar (1964-1987). Ela integrou a equipe de jornalismo da emissora, dirigida por Vladimir Herzog na década de 1970. A declaração da profissional foi divulgada na noite dessa segunda-feira, 25 de fevereiro.
Em 1975, ano em que Vlado foi assassinado, Marin era deputado estadual pela Arena e fazia discursos sobre o que ele chamava de controle comunista da TV Cultura. “Lembro perfeitamente desses discursos, como a gente da redação ficava apavorada cada vez que esse homem fazia um discurso”, disse Rose. No dia nove de outubro daquele ano, o atual dirigente pediu ação contra a emissora administrada pelo estado de São Paulo"É preciso, mais do que nunca, uma providência, a fim de que a tranquilidade volte a reinar, não só nesta Casa, mas, principalmente, nos lares paulistanos", conforme publicado no Estadão.
Rose atribuiu o assassinato de Vlado às declarações feitas pelo ex-parlamentar e avaliou que Marin não pode continuar à frente de uma entidade representativa do esporte de maior comoção nacional. “Ele tem que ficar longe da CBF. Temos o futebol como esporte nacional (...) Não, a CBF não pode ser dirigida por alguém que pedia a prisão e a repressão de uma emissora, que aliás é estatal, dizendo que havia subversivos comunistas. Essa opinião formada em relação ao ‘A Hora da Notícia’, o nosso telejornal, e ao nosso diretor Vladimir Herzog, inesquecível, contribuiu para essa tragédia”.
A morte de Vlado
Herzog foi convocado para prestar depoimento no Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi). O comando do Exército divulgou nota oficial informando que, em 25 de outubro de 1975, Vlado tinha se suicidado na cela onde estava preso. O Tribunal de Justiça de São Paulo, entretanto, determinou, em 24 de setembro de 2012, a retificação do atestado de óbito do jornalista, indicando assassinato.
Relações entre Dilma e Marin
O jornalista Juca Kfouri denunciou em seu blog, em 26 de junho do ano passado, que a presidente Dilma Rousseff se recusa a se encontrar com Marin, por ele ter incitado a prisão de Vlado, 16 dias antes da morte do jornalista. O Palácio do Planalto, contudo, nega os motivos citados por Kfouri.
Ainda no ano passado, durante o sorteio da Copa das Confederações, a presidente sentou ao lado de Marin, também presidente do Comitê Organizador Local da Copa (COL). Na ocasião, o Lancenet ouviu uma pessoa próxima do cartola que considerou o gesto como "um marco". Em discurso, Dilma enfatizou que o Brasil é um país democrático e que respeita os direitos humanos. O comandante da CBF costuma se irritar quando questionado sobre esse tema.
Em 1975, ano em que Vlado foi assassinado, Marin era deputado estadual pela Arena e fazia discursos sobre o que ele chamava de controle comunista da TV Cultura. “Lembro perfeitamente desses discursos, como a gente da redação ficava apavorada cada vez que esse homem fazia um discurso”, disse Rose. No dia nove de outubro daquele ano, o atual dirigente pediu ação contra a emissora administrada pelo estado de São Paulo"É preciso, mais do que nunca, uma providência, a fim de que a tranquilidade volte a reinar, não só nesta Casa, mas, principalmente, nos lares paulistanos", conforme publicado no Estadão.
Rose atribuiu o assassinato de Vlado às declarações feitas pelo ex-parlamentar e avaliou que Marin não pode continuar à frente de uma entidade representativa do esporte de maior comoção nacional. “Ele tem que ficar longe da CBF. Temos o futebol como esporte nacional (...) Não, a CBF não pode ser dirigida por alguém que pedia a prisão e a repressão de uma emissora, que aliás é estatal, dizendo que havia subversivos comunistas. Essa opinião formada em relação ao ‘A Hora da Notícia’, o nosso telejornal, e ao nosso diretor Vladimir Herzog, inesquecível, contribuiu para essa tragédia”.
A morte de Vlado
Herzog foi convocado para prestar depoimento no Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi). O comando do Exército divulgou nota oficial informando que, em 25 de outubro de 1975, Vlado tinha se suicidado na cela onde estava preso. O Tribunal de Justiça de São Paulo, entretanto, determinou, em 24 de setembro de 2012, a retificação do atestado de óbito do jornalista, indicando assassinato.
Relações entre Dilma e Marin
O jornalista Juca Kfouri denunciou em seu blog, em 26 de junho do ano passado, que a presidente Dilma Rousseff se recusa a se encontrar com Marin, por ele ter incitado a prisão de Vlado, 16 dias antes da morte do jornalista. O Palácio do Planalto, contudo, nega os motivos citados por Kfouri.
Ainda no ano passado, durante o sorteio da Copa das Confederações, a presidente sentou ao lado de Marin, também presidente do Comitê Organizador Local da Copa (COL). Na ocasião, o Lancenet ouviu uma pessoa próxima do cartola que considerou o gesto como "um marco". Em discurso, Dilma enfatizou que o Brasil é um país democrático e que respeita os direitos humanos. O comandante da CBF costuma se irritar quando questionado sobre esse tema.
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