Futebol deve ser mais bem explorado no Brasil

Mesa-redonda discutiu o atual momento do país sede da próxima Copa do Mundo

Com os dois maiores eventos esportivos agendados para os próximos anos no Brasil, o curso de Educação Física e Esporte da UNISUL promove uma série de mesas-redondas. Na última segunda-feira, 28/5, quatro profissionais do futebol discutiram com os acadêmicos do campus Grande Florianópolis o futebol brasileiro - "Aonde estamos e para onde vamos?"

A palestra que abriu o evento foi do professor Jucemar Benedet, seguido por Gabriel Bussinger, Lucas Klein e Lucas Silvestre. Após as explanações diversas perguntas e discussões foram promovidas pelos acadêmicos do curso.

Para responder ao título da mesa-redonda, os convidados apresentaram dados muito recentes. Hoje o Brasil ocupa a sexta colocação no ranking da FIFA. Na classificação de clubes, apenas o Vasco da Gama está entre os 10 primeiros no mundo. Outro dado, sugere que o Brasil pode explorar melhor este mercado. “O futebol movimenta mais de 250 bilhões de dólares por ano, sendo que apenas 1% desse valor circula pelo Brasil”, aponta Gabriel Bussinger.

A média de público nos estádios também é pífia se for considerado o Brasil como o país do futebol. Em 2011, o Campeonato Brasileiro teve média de 14.976. O Campeonato Alemão, da segunda divisão, teve 17.125 torcedores por jogo. A primeira rodada do Brasileiro de 2012 teve 10.057 torcedores em média.

Em 1971 a média de público no Brasil foi de 20.360, em 1981 foi de 17.545, em 1991 de 13.960 e em 2010 14.800. Bussinger vai além e compara estes números com os principais países em que o futebol é bem capitalizado. “A maior média de público tem sido da Alemanha, que no último ano teve 44 mil torcedores por jogo, seguida pela Inglaterra com 35 mil, Espanha com 29 mil e Itália com 25 mil”.

Lucas Klein mostrou um vídeo com depoimentos de Mano Menezes, João Paulo Medina e Carlos Alberto Parreira. Contextualizou o futebol desde sua chegada no Brasil, em 1894 por Charles Miller, até 1900 com o surgimento do primeiro clube de futebol o Sport Club Rio Grande. Destacou a profissionalização do jogador no Brasil, em 1933, e a transformação do futebol a partir da década de 70 apoiados na ciência para a evolução técnica e física.

O auxiliar técnico do Internacional, e filho do técnico Dorival Júnior, abordou em sua palestra a Importância dos fundamentos na formação do atleta.

Ele disse que é diferente trabalhar com categorias de base e profissionais. “Difícil conseguir a confiança dos jogadores profissionais para acreditarem naquilo que você está dizendo”, confessa. Ele acredita que no país há dificuldade na formação de atleta profissional do futebol. “Os estrangeiros igualaram o Brasil, pois os times deixaram de ser conhecidos por sua força física e começaram a se dedicar ao trabalho de fundamento, coisa que o Brasil não faz. O valor de venda do passe do jogador argentino já é maior do que no Brasil, pois o país começou a qualificar a formação dos atletas”, orienta.

Silvestre finaliza sugerindo um caminho aos acadêmicos do curso de Educação Física e Esporte. “A parte tática tem que ser iniciada no juvenil e aprofundada nos juniores. Antes disso o futebol tem que ser lúdico, a criança tem que se divertir com o futebol. Fazer treinos físicos e táticos com crianças de 11 anos, como acontece, é um grande erro”.