São poucas palavras e muito conteúdo. O professor Capela, com grande qualidade, bateu de frente com as contradições existentes nas políticas públicas nacionais, abrindo um leque de discussões/reflexões sobre os caminhos que o olhar esportivo vem direcionando para os próximos anos (2014, 2016).
Abaixo segue as perguntas e respostas:
1)      Do  ponto de vista da promoção e garantia do direito ao esporte, no que o  legado dos megaeventos pode contribuir? De outro lado, quais são os  riscos de a Copa e as Olimpíadas nada deixarem para o desenvolvimento  do desporto no país?
Os  riscos de que quase nada seja feito no sentido de promover uma maior  democratização da base esportiva nacional é eminente, visto que os  megaeventos inscrevem-se no quadro das estratégias de expropriação de  recursos públicos das nações onde se realizam através de ações  orquestradas pelas transnacionais (FIFA e COI), juntamente com as elites  esportivas dos países, estes são realizados/organizados por governantes corruptos, a  indústria esportiva transnacional e a mídia oficial. 
Para  que haja ganho para os trabalhadores e seus filhos é necessário que os  intelectuais orgânicos e o povo organizem-se para tencionar a melhoria  da base de oferecimento esportiva de cunho popular-nacional, esta ação  venho orquestrando com outros colegas em diversos fóruns com a  denominação de “uma pauta paralela nacional-popular a ser também  atendida” pelo poder público durante a Copa e os Jogos Olímpicos.
2) Muito se discute sobre o legado dos jogos Pan-americanos. Alguns chegam mesmo a falar em um não-legado do Pan em referência a pouca quantidade de melhorias que o evento deixou. Há como acontecer o mesmo, no caso da Copa e das Olimpíadas?
Os  megaeventos são estratégias criadas nos EUA para promover a  competitividade e o desenvolvimento de regiões acionais em tempos de  escassez de recursos do Estado, portanto não tem nada haver com legados  esportivos, é eminentemente negócio e lucro para os de sempre, inclusive  em várias localidades dos EUA após a realização dos eventos as  construções físicas são destruídas, ficando apenas os danos e  a destruição das construções culturais esportivas próprias locais,  inclusive com muitos desalojamentos de populações empobrecidas das áreas  onde são construídos os equipamentos dos jogos, que, posteriormente são  vendidos por altos valores, cujos ganhos são divididos entre  empresários, alguns ex-atletas, políticos e construtoras, ficando para  as populações removidas, a tristeza e mais pobreza como legado. Portanto  os mega-eventos esportivos são o desenvolvimento do  subdesenvolvimento esportivo em nosso país, ou seja, mais do mesmo, os  de sempre se beneficiarão.   
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