O Movimento Popular e Cultural que os Estudos deste Grupo propõe, em princípio, inverte a lógica sobre a qual se assenta de modo geral o entendimento e a prática do esporte, especificamente, do futebol. Sua inserção estende-se desde a “pelada” nos morros da comunidade, passando pela base até chegar ao alto rendimento, configurando uma grande e ampla teia que se entrelaça tecendo os pilares de um coletivo que se sabe educador, em todas as instâncias e em todos os momentos.
O Gecupom trabalha com o futebol não como movimento técnico, mas como técnicas em movimento (como construção constante) nas interfaces e entrelaçamentos das diversas relações, sentidos e significações que o engendram no contexto da cultura. Pois, está ciente de que no universo do esporte o campo de jogo não está reduzido à várzea ou ao estádio, ele inclui também diversos interesses políticos, mercadológicos, comerciais, midiáticos, trabalhistas, dentre outros. Um campo de jogo com atuação de muitos juízes que arbitram a favor de si mesmos, tendo como adversários o coletivo. Visualizando esses conflitos de interesses, o Gecupom se coloca em movimento, como coletivo educador capaz de redimensionar essa forma de manifestação da cultura que é o futebol, como campo de possibilidades de jogar um outro jogo, a partir de novas experimentações e re-significações de suas configurações técnicas e sócio-culturais no próprio campo do jogo, ou seja, através do movimento, ora na forma de estranhamento, ora na forma de entranhamento de seus (ou novos!) valores e regras.
Sendo assim, o Gecupom ao estudar a cultura popular e de movimento se entranha nos movimentos sociais e se coloca em movimento para propor um jogo mais democrático e humano, tanto nos campos gramados quanto nos campos da vida.
E, compartilhando nessa jogada, espero que possamos juntos acertar esse gol, mas ao vencermos, saberemos todos campeões.
Ilha da Magia, 08 de abril de 2011
Cristiane Ker
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