GECUPOM no 1º curso de treinadores de Santa Catarina

    Nos dias 11, 12 e 13 do mês de dezembro foi realizado na cidade São José o 1º curso de treinadores de futebol de Santa Catarina, organizado pelo SINTREPFESC- sindicato de treinadores profissionais de futebol do estado de Santa Catarina. Com o objetivo de debater as diferentes áreas de trabalho referente ao futebol como medicina aplicada ao futebol, fisioterapia, arbitragem, preparação física, metodologias de treinamento entre outros, foram convidados para as atividades teóricas e praticas os melhores profissionais do país. 

     O GECUPON futebol esteve presente nos três dias de curso e aqui iremos destacar os pontos mais marcantes do evento.

    Na noite de abertura os técnicos Alfredo Sampaio e Zé Mário apresentaram a FBTF- federação brasileira de treinadores de futebol, onde foram apontados qual a finalidade e objetivos da federação que é a profissionalização da carreira de treinador de futebol e a importância da organização da categoria através dos sindicatos de cada estado. Em seguida duas excepcionais palestras com os treinadores Hélio dos Anjos e Paulo Autuori, em que o primeiro apresentou como tema a formação do treinador de futebol no Brasil, destacando sobre a preparação para ser treinador com pontos negativos e positivos sobre o treinador ex- atleta e o não atleta, comparações e reflexões sobre a busca por capacitação e a fragilidade em encontrar essas capacitações no país, além da relação de interdisciplinaridade com os outros setores do futebol que deve acontecer, mas que ainda não é realidade em muitos clubes. Paulo Autuori ministrou a palestra com o tema “Futebol de alta performance” realizando reflexões interessantes sobre a parte social no futebol e apresentando aspectos da periodização tática e dos porquês de sua não funcionalidade aqui no Brasil.    

  
    No dia seguinte destacamos as atividades práticas realizadas no campo do BAC com a comissão técnica do Joinville Esporte Clube, a apresentação de Hemerson Maria a prática mais aguardada supriu as expectativas comandando um treino técnico-tático com atletas sub-17. Salientou o treino integrado como sua metodologia de treinamento desenvolvendo atividades dinâmicas e baseadas em cima do modelo de jogo da equipe.

  No dia de encerramento das atividades ficaram marcado as interessantíssimas apresentações da rotina e da importância dos fisioterapeutas, assistentes sociais, médicos, psicólogos nos clubes de futebol, demonstrando cada vez mais a importância de haver interação entre todas as áreas.   Para finalizar este dia faltava ainda uma das palestras mais aguardadas pelos presentes, a de Alexandre Galo coordenador das categorias de base da CBF que tinha como tema “as categorias de base no Brasil”, simplesmente uma decepção. E por quê? O tema mais importante da atualidade do futebol brasileiro tratado com irresponsabilidade e demonstrando interesse somente para seleção brasileira, uma lastima pros ouvidos de quem presente estava.  

    Finalizamos destacando que as atividades teóricas e práticas realizadas durante todo o período de curso traz importantíssimas reflexões positivas e negativas para todos que atuam na área do futebol, tanto no profissional, amador, escolinhas e estudantes. Muitos profissionais esperavam por muito tempo por isso, nosso estado conversa muito pouco sobre futebol, os interessados tem que viajar para outras regiões para poder participar de eventos come este.  Deixamos ainda a dica de que nos próximos eventos a organização buscasse profissionais atuando em outras regiões do país e não apenas os que  já trabalharam e os que atuam em Santa Catarina, o objetivo tem que ser sempre o de integrar, conhecer, trocar...  Foi uma iniciativa interessante!   

Ricardo Teixeira Perde Mais Uma

Por Juca Kfouri
Em 20 de agosto de 2009, cinco anos atrás, portanto, publiquei a coluna abaixo, na “Folha de S.Paulo”:
A fala do trono
Certo de que nada mais o atinge depois de sobreviver a tantos escândalos, o presidente da CBF se abre
REI RICARDO I , e Único, chegou quase uma hora atrasado para falar aos seus súditos na segunda-feira passada.
Aquele que pagava a conta, o empresário Abílio Diniz, estava compreensivelmente contrariado e irritado. Mas fazer o quê?
O rei sempre tem justificativas para tudo, seja para se recusar a responder sobre a condenação que custou seus direitos políticos por três anos, seja para dizer que não foi bem entendido quando disse que não entraria dinheiro público nos estádios para a Copa-2014.
Franco, revelou que, ao escolher Dunga, estava convencido de que a seleção não precisava de um grande técnico, mas de um comandante, algo que o treinador certamente preferia não ter que ouvir, ainda mais agora, quando já convencido de que é um grande, extraordinário treinador.
E, dissimulado, o rei quis minimizar a responsabilidade da farra em Weggis no fracasso da seleção na última Copa do Mundo, ao ponderar que, depois da esbórnia na Suíça, houve tempo suficiente de treinamentos na Alemanha, esquecido de que foi na temporada no cantão que se estabeleceram os usos e costumes para a Copa de 2006, a ponto de a bagunça continuar até durante o seu desenrolar. E por falta de comando, não só do técnico que, então, revelou-se um banana mas também do principal comandante, ele mesmo, imperialmente desmoralizado pelo descompromisso dos jogadores.
Chega a ser engraçado como o número 1 de nosso futebol se exime de responsabilidades e ainda acha de criticar os clubes que, diga-se, merecem mesmo as críticas, principalmente pela subserviência que demonstram ao permitir que o que deveria ser meio tenha virado um fim em si mesmo, a CBF.
Rei Ricardo I, o Rico Terra, para os íntimos, imagina que a Casa Bandida do Futebol seja um paraíso e critica até seu cardiologista, tão leal que lhe deu um atestado médico para que não fosse depor na CPI do Futebol, o presidente do Fluminense, clube que mais troca técnicos no país, 17 vezes em menos de sete anos. Mas o rei mostrou uma nova face, associando-se a um grupo que vem crescendo no mundo do futebol, o dos que sofrem de complexo de perseguição.
Rico Terra se queixou de que existem os que fazem de bater nele o seu esporte predileto, como se fosse um são Sebastião, alvejado por flechas assassinas.
Ora, é muito simples deixar de ser alvo. Bastará ir curtir o que amealhou nestes últimos 20 anos e deixar o futebol em paz, como fez um ex- -presidente da Federação Paulista de Futebol, nunca mais citado na imprensa séria de São Paulo.
Só que semelhante despedida nem passa por sua coroada cabeça, agora que é o todo-poderoso comandante da Copa do Mundo no Brasil, passaporte para o sonho final, a presidência da Fifa, lá na Suíça, em Zurique, pertinho de Weggis, para continuar a festa que alguns poucos jornalistas denunciavam como absurda, ele negava assim como seus bajuladores e agora, depois de ele mesmo ter diabolizado, começa a querer rever, tamanha a certeza de sua impunidade. A ponto de sair falando por aí, a torto e a direito. Direito?
Ricardo Teixeira não gostou de ser chamado de Ricardo I, nem de dissimulado nem da referência à Casa Bandida do Futebol e me acionou na Justiça.
Em primeira instância, a sentença me absolveu nestes termos: “Em seu texto, o réu, jornalista, descreve a sua opinião sobre alguns fatos, não havendo dúvida de que certa dose de acidez e ironia faz parte da crítica esportiva. Com efeito, o demandado não extrapolou os limites da liberdade de imprensa e, no exercício regular de sua profissão, divulgou fatos e emitiu juízo de valor sobre a conduta dos autores. Dessa forma, não restou configurado, no caso dos autos, excesso da liberdade de informação e tampouco ofensa à honra objetiva da entidade primeira autora bem como à honra objetiva e/ou subjetiva do segundo autor”.
Teixeira recorreu e o Tribunal de Justiça do Rio acaba de ratificar como improcedente a ação movida pelo ex-cartola — que acabou tendo de ir embora do país e, agora, ao vislumbrar que os seus têm chances de voltar ao poder em Brasília, procura reatar laços, como publicado na nota imediatamente anterior a esta.

O Ministério do Esporte no Próximo Governo

Por José Cruz

22/09/2014

A campanha eleitoral trouxe ao debate a importância do Ministério do Esporte no próximo governo. A um ano e meio dos Jogos Rio 2016, especialistas discutem sobre o assunto, como Alexandre Machado da Rosa, mestre em Educação Física pela Unicamp, membro do observatório de políticas públicas de esporte e lazer e pesquisador do futebol. Jornalista, Alexandre também é o autor e organizador do livro “Esporte e Sociedade, ações socioculturais para a cidadania”.
Este artigo foi publicado, originalmente, pelo CEV – Centro Esportivo Virtual
Ministério do Esporte, para quê, afinal?
Por Alexandre Machado da Rosa
Em meio ao debate eleitoral, a candidata à presidência, Marina Silva acenou com a possibilidade de, se for eleita, extinguir o Ministério do Esporte. Rapidamente, o atual ministro do esporte, Aldo Rebelo, fez duras críticas a esta possibilidade, chamando a atenção para os Jogos Rio 2016 e as necessidades de cuidar dos preparativos do maior evento esportivo do Planeta.
Mas, afinal, para quê serve o Ministério do Esporte? Aonde se localiza o esporte no Brasil? Na Educação? Na cultura? Na economia? Enfim…
O Ministério do Esporte foi criado em 2003 para elevar o esporte à condição de direito social, assim como estabelece a Constituição. Nesse caminho, foram realizadas duas Conferências do Esporte significativas, ao mesmo tempo em que foram descartadas a seguir com a realização da terceira conferência, que praticamente capitulou diante do sistema esportivo atual.
Vale ressaltar que o Estado brasileiro delegou à iniciativa privada a gestão do esporte desde o início do século 20, se consolidando com o Decreto lei 3199/1941, expedido durante a ditadura do estado novo, na Era Vargas. Ou seja, a gestão do esporte no Brasil se caracteriza pelo seu caráter liberal.
Apesar de, ao longo de um século, existir a figura do Conselho Nacional do Esporte, a gestão efetiva do planejamento e execução de projetos esportivos têm sido feita pelas entidades que compõem o sistema esportivo brasileiro ou seja, o COB – Comitê Olímpico Brasileiro, as Confederações e as federações nos estados. Como gostam de sinalizar os advogados: o campo esportivo brasileiro é de interesse público, mas de direito privado.
Vale ressaltar que o financiamento do esporte no Brasil é feito essencialmente com recursos públicos. Sejam eles oriundos do orçamento do Estado ou de instituições públicas, como Correios, Caixa, Banco do Brasil, Eletrobrás, Petrobras entre outras. Então, diante deste cenário, que papel pode exercer um Ministério exclusivo para o esporte?

RELATO DE UMA AULA DE FUTSAL

      Atualmente trabalho no educandário Imaculada Conceição (EIC) tradicional escola de Florianópolis onde ministro juntamente com outro professor aulas de futsal como disciplina extracurricular nas terças e quintas de noite e nos sábados no turno matutino.
No ultimo sábado do mês de setembro estava programada a participação da escola nos jogos das escolas católicas, realizado no colégio catarinense. Neste dia eu ficaria responsável pela equipe que disputaria o futebol de campo. Infelizmente ou felizmente neste dia choveu e a competição foi realizada com esportes que seriam disputados dentro dos ginásios. Por esse motivo fui designado a me dirigir ao EIC para ministrar a aula de futsal para as crianças do nível II (6 a 8 anos).
As aulas no sábado iniciam-se a partir das 08:30 da manha, cheguei mais cedo para arrumar o material no qual achava que iria utilizar. O primeiro aluno chega e já pede uma bola para ir brincando, aos poucos os demais alunos foram chegando. Sem ter preparado uma aula especifica para este dia e prestes a dar o horário de inicio da aula, comecei a reparar a organização e a autonomia dos alunos em relação ao jogo em que estavam jogando, assim comecei a identificar quais as regras eles estavam utilizando. Junto com eles estava jogando um menino do nível III, aluno em que seu horário de  aula era após o do nível II, possuía mais força física e qualidade no jogar. As regras do jogo era as seguintes: a bola não saia pelas laterais nem pela linha de fundo da quadra e eram todos os alunos do nível II contra o único do nível III e mais um goleiro.
A partir desta visualização lembrei-me do texto que li para apresentar na disciplina de metodologia – ensino – educação física no curso de licenciatura em educação física. O texto com abordagem critico-emancipatória relatava a experiência de um professor de educação física em duas escolas publicas de Florianópolis de um jogo denominado “futebol de seis Quadrados”, jogo em que os alunos ajudaram a construir e que objetivava o ensino aprendizagem da modalidade de futebol aos alunos de forma que todos pudessem aprender a jogar futebol a partir de uma adaptação do jogo convencional. Diante de essa lembrança rápida decidir como objetivo realizar e construir jogos com os alunos que auxiliassem o ensino da modalidade futsal e a participação igualitária de todos, já que quando o jogo convencional é utilizado uns sempre participam mais que os outros.
Para iniciar a aula eu nem comecei, simplesmente deixei os alunos continuarem jogando o jogo em que estavam jogando como atividade de aquecimento, pois não fazia sentido parar o que eles estavam fazendo para propor uma atividade lúdica para fazer o que eles construíram sozinhos suprindo assim o que uma atividade de aquecimento deveria suprir. Minha intervenção começou por volta das 08:50, isso porque muitos pais começaram a olhar para o relógio e certamente indagando-se de que horas a aula teria inicio sem saber que a aula já havia começado.
Em seguida chamo os 12 alunos que apareceram neste sábado meio chuvoso para a aula começasse (no ponto de vista deles), com a intervenção do professor. Propus a primeira atividade, um jogo no qual foi dividido duas equipes com seis alunos em cada, utilizamos dois cones, uma corda de 5 metros e uma bola como materiais. As regras eram a seguintes: cada equipe possuía 3 defensores e 3 atacantes e cada trio se posicionava em um lado da quadra, os alunos foram instruído de que não podia um ir para o lado do outro. A corda ficou posicionada no meio da quadra suspensa pelos dois cones e o objetivo era os defensores passar a bola para os atacantes por baixo da corda, quando a bola passasse por cima da corda ou pelo lado de fora dos cones era dada falta para a equipe adversária. Esse jogo não possuía goleiro, portanto definimos a regra de que o gol só era contabilizado se fosse feito dentro da área, assim possibilitando a troca de passes e evitando os tradicionais chutões, que é normal para crianças desta idade em processo de aprendizagem. Além de esse jogo incentivar a troca de passes ele possibilitou o respeito pela organização de suas posições, já que no jogo jogado tradicionalmente, nesta idade a tendência dos alunos é todos irem à cima da bola ao mesmo tempo. O jogo foi jogado durante dois tempos de oito minutos quando em cada tempo os alunos revessaram as suas posições, um tempo ataque outro defesa. Após liberei os alunos para tomarem água. Quando voltaram fomos conversar sobre qual seria o próximo jogo e veio a surpresa! Pediram para jogar mais um pouco o jogo no qual havíamos acabado de jogar.  Jogamos mais dois tempos de 5 minutos.



Dando progressão a aula, partimos pra segunda atividade, sugerir que eles pensassem um jogo que eles jogam em casa, na rua, com qualquer pessoa pra que pudéssemos adaptar para nossa aula. Ligeiramente a grande maioria sugeriu o golzinho fechado, uns porque jogam em casa com os pais e os irmãos outros porque jogam nos condomínios e outros ambientes com seus colegas. Partimos para compor as principais regras que foram de que o gol só era valido quando feito por trás, essa sugerida por mim e outra de que a linha de fundo fosse linha de lateral, além da zona de proteção do gol que era dois passos de dentro para fora do gol que impossibilitava a permanência dentro do gol, quando o gol era interceptado dentro da zona de proteção era marcado pênalti.  Cada gol fechado tinha a largura de um metro e foi feito por dois cones cada lado posicionados em cima da linha de fundo da quadra de vôlei, assim o campo de jogo utilizado foi dentro da quadra inteira. No meu ponto de vista esse jogo mostrou que os alunos já possuem uma inteligência tática organizando-se em setores fundamentais para defender e atacar. As equipes formadas por seis alunos se organizou dentro de quadra da seguinte forma: um ficava para defender a parte de trás do gol (zona de proteção), um na parte da frente do gol para evitar que a bola passasse para a parte de traz do gol, três eram responsáveis em pegar a bola da defesa e levar a bola ao atacante e o atacante ficava já posicionado atrás do gol adversário.eram responsáveis em pegar a bola da defesa e levar a bola ao atacante e o atacante ficava já posicionado atrás do gol adversário.


Para finalizar a aula deste dia como havia ainda cerca de 15 minutos sugeri  outro jogo que buscaria mais similaridade ao futsal convencional, porém neste dia estávamos com problemas de goleiros, por isso os jogos anteriores foram realizados sem a presença deles. Quando perguntei quem se disponibilizava a serem os goleiros ninguém se manifestou com exceção de um que me questionou, “porque todos não podemos ser goleiro ao mesmo tempo?”, a idéia genial colou e o último jogo foi realizado da seguinte forma: dois times de seis jogadores para cada lado onde os jogadores não poderiam fazer gol de dentro da área e quando alguém chutava para o gol qualquer jogador de um mesmo time poderia defender com a mão dentro da área. O mais interessante foi ver a percepção de perigo de gol que a equipe que não tinha a posse de bola possuía, os alunos automaticamente se posicionavam em frente ao gol para evitar o chute e quem estivesse mais próximo da área se posicionava como goleiro. Uma atividade que contribui para organização coletiva dos alunos e que incentiva e oportuniza uma vivencia da participação de todos como goleiro de uma forma prazerosa.
Uma aula mesmo sendo em escolinha de uma determinada modalidade esportiva no meu ver torna-se muito mais interessante ao aluno quando ele participa do processo de construção, muitos alunos participam de escolinhas pelo fato de ser um ambiente que ele pode se socializar e fazer novos amigos e não necessariamente pela modalidade praticada propriamente dita. As possibilidades de um jogo onde a coletividade seja o foco no processo de ensino aprendizagem faz com que cada criança seja importante para o jogo, de modo que ela brinque com o jogar e realize os objetivos do jogo brincando sem determinadas exigências que às vezes a reprime e obstrui a aprendizagem e o prazer da prática. Na descrição das atividades realizadas nesta aula nenhuma vez eu mencionei sobre os resultados de cada jogo, pois o resultado tornou-se apenas uma herança do jogo convencional que mesmo os alunos preocupados com ele, o resultado se tornou menos importante do que o necessário. A dinâmica a troca de passes e a organização dos alunos foram os fatores que mais ficou evidente durante os jogos. Para provar o que digo terei que por os resultados dos três jogos: jogo um 2x1, jogo dois 1x0 e jogo três 1x0. Se compararmos que quando esses mesmos alunos jogam um jogo de futsal com as regras que nele estipula os resultados são elásticos conclui-se que o gol se torna o mais importante no jogo e passa ser o único objetivo do jogo, a organização das posições, o domínio, o passe e outros fundamentos passam a ser esquecidos acontecendo os eventuais chutes para qualquer lado, em qualquer distância, o aglomero em cima da bola, etc. os objetivos de fundamentos acontecem somente quando os professores ficam solicitando o que cada deve fazer e como fazer, onde de certo modo intimida o prazer e a criatividade ao brincar com a bola, reproduzindo movimentos específicos. A abordagem critico-emancipatória (compreendendo que essa abordagem apresenta uma complexidade maior do que foi dito até aqui) utilizada neste ambiente de aprendizagem apresentou-me evidencias visuais e perceptivas do prazer em participar, interagir e respeitar as normas estipuladas, mostrando-se como um método interessante para trabalhar o ensino de modalidades esportivas. 

Ronaldo Matias;
Graduando licenciatura em educação física na UFSC
e integrante do GECUPON-Futebol.
















BOM SENSO F.C. - CALENDÁRIO: PREPARAÇÃO

Um excelente vídeo produzido pelo Bom Senso FC que enfatiza a questão de mudanças no calendário do futebol brasileiro, o qual é um tema decorrente nos diferentes veículos midiáticos.

Uma frase emblemática do tema está presente ao fim do vídeo com o ex-jogador de futebol Rivellino: "condições melhores para apresentar um futebol melhor".

Vale a pena conferir!

Abaixo do vídeo fica como sugestão uma leitura complementar de um artigo produzido pelo Bom Senso FC em relação ao calendário do futebol brasileiro também.



Marin e Del Nero 7 x 1 Futebol Brasileiro

III Congresso Internacional de Futebol

Entre os dias 3 e 5 de Setembro, os membros do GECUPOM participaram do III Congresso Internacional de Futebol que ocorreu em Porto Alegre.

O Congresso trouxe várias temáticas atuais, e super importantes, para o nosso mundo futebolístico. Foi de um aprendizado enorme para nós acadêmicos participar deste evento.

Alguns palestrantes foram:
- Bruno Pivetti (auxiliar técnico Audax/Guaratinguetá)
- Márcio Faria Corrêa (preparador físico)
- Rodrigo Azevedo Leitão (categorias de base Corinthians)
- Sérgio Xavier Filho (jornalista revista Placar)

Só por estes quatro palestrantes citados podemos observar a importância deste curso na formação acadêmica.
Em breve postaremos conteúdos relacionados ao evento e também fotos do mesmo.´

Para mais informações sobre o que é o Congresso Internacional de Futebol, basta clicar no link:
III Congresso Internacional de Futebol

OS Parabéns do GECUPOM!!!


O GECUPOM FUTEBOL parabeniza o Lucas Klein por mais essa conquista acadêmica e profissional. Agora mestre em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina Lucas apresentou sua dissertação hoje pela manha na UFSC abordando o tema " Profissionalização e escolarização de jovens atletas de futsal em Santa Catarina". Sucesso na Caminhada é o que deseja o GECUPOM!!! 




E a Copa ainda rende...

Além do futebol: Copa, cidade e sociedade

Juca Kfouri
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POR EDUARDO BRASILEIRO DE CARVALHO*
Puxando o fio da história, teceremos a resistência à Copa do Mundo, especificamente da Zona Leste, uma região com a maior população de São Paulo.
Farei um resgate de alguns marcos que são importantes.
A Zona Leste é um território fecundo de lutas e resistências históricas, traduzidas em múltiplas e diversas experiências de alternativas de produção, de resistência em busca de políticas públicas, de articulação e organização popular, de autonomia, de afirmação das identidades e da diversidade cultural dos vários povos vindos de todo o Brasil.
Na década de 80 foi o local de onde surgem as lutas pró-SUS e os conselhos de saúde e, também, os grandes movimentos de moradia puxados por pessoas como Padre Ticão. Espaço de lutas e também de esquecimento de investimentos até a chegada do novo milênio.
O ex-presidente Lula, em 30 de outubro de 2007, em discurso na cerimônia de anúncio do Brasil como sede da Copa afirmou: “Estamos aqui assumindo uma responsabilidade enquanto nação, enquanto Estado brasileiro para provar ao mundo que nós temos uma economia crescente, estável, que nós somos um dos países que estão com a sua estabilidade conquistada. Somos um país que tem muitos problemas, sim, mas somos um país com homens determinados a resolver esses problemas”.
O Brasil, como a África e futuramente Rússia e Catar representam recentes “democracias” com fragilidades ainda em suas constituições, espaços em que uma organização como a FIFA pode conseguir brechas para lucrar muito mais.
Não é à toa que as suas opções têm sido países periféricos, em desenvolvimento galopante.
Não creia nunca que é descentralização, ao contrário.
A aposta foi feita. No Brasil inteiro, multidões comemoraram. Conseguimos!
Em minha alma gritava a frase do grande jogador de futebol, e por sorte, corintiano, Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Oliveira: “Basta o amor pelo esporte para hipnotizar desavisados”.
Afinal, a FIFA se vale do fato de controlar o maior produto cultural do mundo, o futebol.
A lista de exigências legais que ao Brasil foi feita é interminável. Trouxe para cá a formalização de um modelo de crescimento: Megaeventos.
Lógica de capitais transversais e de nenhum investimento substancial. A FIFA conseguiu, na poesia de Chico Buarque, “subtrair nossa nação em tenebrosas transações”.
Não podemos ser injustos com a FIFA, mesmo sendo ela a dona de um cinismo delirante ao afirmar que nos deixaria um grande legado urbano.
Recentemente, vendo o SPTV, vi o que a população consumiu como legado. Um rapaz entrevistado disse que a ponte que liga o metrô Itaquera ao estádio, e o túnel que transpassa por baixo todo este polo evitando trânsito, é o grande legado.
Desde a definição de que Itaquera receberia uma arena houve uma grande empolgação nas associações de comerciantes e moradores.
A lógica se centrou em dois pontos: crescimento de trabalho e organização da habitação local. Surgiu até um seminário no auditório da Santa Marcelina, com o ministro do Esporte, o Secretário do Trabalho e o presidente do Corinthians, André Sanchez, hoje, por mera coincidência, candidato a deputado federal pelo PT.
O auditório transbordava. Na época, Padre Paulo Bezerra, pároco de Itaquera, cedeu sua cadeira ao líder do movimento de camelôs, e este narrou ao subpreprefeito e autoridades que todos haviam sido retirados de Itaquera pela força truculenta da polícia e que não tinham lugar para trabalhar.
Apesar de denúncias, muitos preferiram crer nos entusiastas.
Sete anos após o anúncio inflamado de Lula, em Zurique, este modelo e escolha mostravam esgotamento: centenas de milhares de pessoas começaram a mostrar insatisfação com a atual situação do país no explodir das “Jornadas de Junho ” e, posteriormente, na fundação, em 10 de dezembro de 2013, do “Dia Internacional dos Direitos Humanos”, do coletivo “Se não tiver direitos, não vai ter Copa”.
Eu estava lá, empolgado, motivado, com meu irmão e companheiros que juntos tomaram a frente de muitas lutas pelo questionamento “Copa pra quem?”.
Trocando em vocabulário acadêmico. O Brasil viveu o embate entre duas tendências neste país continental. Em termos sociológicos, a luta se daria entre uma corrente tecnocrática e outra humanista. Em termos políticos, o embate se daria na oposição entre eficácia e utopia. Em termos econômicos, a luta seria travada entre o processo da racionalidade mercantil e benesses comunitárias.
Problematizando de lá para cá, acompanhamos o processo de luta pela não reintegração de posse e remoção da comunidade Vila da Paz, ao lado do metrô Itaquera.
Essa organização deu surgimento ao PLANO POPULAR ALTERNATIVO PARA A COMUNIDADE DA PAZ. Produzido por militantes da região denunciando a falta de direitos humanos que assola a vida da comunidade e o projeto de moradia.
Vimos efervescer a luta pela UNIFESP Zona Leste. Movimentos sociais se aglutinavam na luta para trazer essa universidade. (Um parêntese: o terreno já foi comprado e nada da faculdade, sete anos depois). A arena em dois anos foi totalmente erguida.
E por falar na arena, a sua construção passou por cima de licenças ambientais rapidamente liberadas, e nos fazendo questionar a sua construção numa área como a nossa, qual seria a influência nas questões de minerações que possuímos. Água, energia, e outros minérios. Um invasivo ataque à questão socioambiental.
O relatório da Fundação Heinrich Boll Stiftung, no documento “COPA PARA QUEM E PARA QUÊ’?”, revela que na Copa do Mundo da Alemanha mostrou um poderio militar que não se via desde a época do nazismo.
Nós, de muitas cidades do Brasil, e cidades para ricos ou para pobres são diferentes, padecemos com o legado militar nas periferias trazida pela ditadura.
Oficialmente a tortura não acabou em 1989 com a redemocratização, pois seus alvos são muito bem definidos. Tem cor, idade e endereço.
São quase sempre jovens e negros. E são sempre pobres e moradores de periferias. A Polícia Militar, que transversalmente cria leis paralelas, fortalece cidades de exceção. Frei Tito, dominicano, torturado pela ditadura militar, em 1974, antes de se suicidar afirmou que “o Brasil não é só o país do Pelé e futebol, é também o país da tortura”.
Uma imagem me chocou muito: indo trabalhar, num dos dias que antecederam a abertura da Copa, passavam tanques, caminhões e dezenas de jovens, soldados armados, emparelhados com os carros no trânsito.
Porque a Lei Geral da Copa foi uma das cartas brancas dadas pelo Estado brasileiro para a criminalização dos movimentos sociais.
Vivemos hoje num cenário alarmante de presos em manifestações, com fraudes forjadas contra eles.
Recentemente, a cinco meses da Copa, foi daqui que eclodiu o primeiro ‘rolezinho’ oficial, em plena época de Natal, fenômeno que tomou o país num debate sobre consumo e segregação racial/social.
É assustador pensar que num estádio como o de Salvador, a Fonte Nova, conseguiu-se embranquecer a maior cidade brasileira de habitantes negros.
As ruas onde os jovens se reúnem para cantar, dançar e jogar conversa fora, hoje são espaços hostis pela presença do tráfico e da polícia. Os jovens pensaram: “Usemos os shoppings, então”.
Apesar das manifestações que se seguiram não conseguirem atingir números elevados na Zona Leste, dois atos na região mobilizaram muitas pessoas de toda a cidade, puxados pelo coletivo “Se não tiver direitos não vai ter Copa”.
Em diversas manifestações era pedido um “padrão Fifa”, reivindicação infeliz, pois a lógica da Fifa é a lógica da privatização, da segregação racial e social e do higienismo hostil. Digo hostil porque o povo de rua foi o primeiro eliminado da Copa, com um higienismo gentil pouco divulgado, segundo o Padre Júlio Lancelotti.
Com a construção da Arena Corinthians o que se vê na região é uma supervalorização de aluguéis e casas. Para pessoas que compraram a preço de cascalho na década de 80 foi uma alegria, mas, para os moradores que ainda eram locadores de casas, ocasionou infeliz mudança da região para locais ainda mais extremos.
Víamos com a saída de comunidades e o aumento dos aluguéis, uma limpeza na região para que só ficassem os que sobreviveram a lógica do capital de ganhar mais.
O déficit habitacional em São Paulo, conforme dado de 2012, era de 700.259 pessoas, uma calamidade pública velada.
Lembro-me, em janeiro deste ano, reunido em Itaquera com a juventude, da chegada de um rapaz do MTST querendo falar sobre espaços da região que poderíamos indicar para uma ocupação. Uma liderança nossa, do Fórum de Saúde, apresentou o terreno em frente ao SESC Itaquera.
Três meses depois surgiria a OCUPAÇÃO COPA DO POVO, uma das vitórias mais rápidas em relação a habitação popular da região, que possui ocupações que estão há mais de 20 anos buscando parceria para construção popular com o governo.
A ocupação garantiu três mil moradias! Do alto dela é possível ver a Arena Corinthians, três quilômetros adiante.
Todo o processo da ocupação “Copa do povo” é uma vitória que revela o poder popular em contraposição à lógica dos governantes.
Para controlar os ânimos, o município lançou um instrumento de participação, como o Conselho Participativo Municipal, iniciativa altamente propagandeada no ano anterior, mas, após oito meses depois, morta na praia. Assistimos à ineficácia e imobilismo de conselhos que não intervém diretamente nas decisões dos bairros.
Para não dizer que não falei de futebol, não existe legado esportivo.
Há anos movimentos puxados pela Zona Leste reivindicam um centro esportivo em cada distrito da região, com pactos assinados nas eleições, mas nada foi feito.
Quem os fez com excelência foi a Alemanha há mais de 10 anos. A Alemanha massificou todas as modalidades esportivas. O Brasil precisa massificar todas as modalidades esportivas.
Nosso legado é a violência de não ter espaços esportivos, culturais e de lazer suficientes para a quantidade de nossa população.
Em relação aos centros saúde e educação, os melhores ainda são as instituições privadas — e o medo é disseminado pelas nossas instituições, tornando a rua um local rápido para se passar e não parar.
Para ser justo, essas reflexões não são obrigação de um evento de futebol.
Quando me perguntam se a Copa do Mundo não surtiu efeito, ao menos, em mobilizações que trouxeram mudanças, eu afirmo categoricamente: “Preferiríamos que não”.
Perdemos muitas pessoas inocentemente em obras e temos hoje um estado de criminalização das lutas muito grande.
O resultado social das manifestações era previsível. As manifestações são um símbolo de maioridade democrática. Aliás, os movimentos das ruas não possuem respostas claras. Eles são apenas um sinal, é como limpar a mesa e afirmar categoricamente “é hora de começar a pensar”.
Todos os questionamentos vieram no bojo de uma realidade crua e difícil de aceitar, pois vivemos numa democracia de baixa intensidade.
Os investimentos na região de itaquera nos pareciam uma espécie de capital para um crescimento acelerado que não é o nosso.
Somos tratados e considerados como o custeio do bairro. Não somos tratados como o esteio. Se existe um bairro é porque existem pessoas e elas devem ser consultadas para livremente decidirem.
A Zona Leste precisa romper o olhar da tradição que diz que nós crescemos. A tradição de opressão é lógica férrea de exclusão e marginalização de muitos.
Por outro lado, vale dizer que a Copa das arenas passa e, em nosso caso, passou bem longe do 7X1.
Mas a Copa do povo, ampla e hegemônica, é a permanente busca pela sua taça, numa região de democracia racionada, como a água.
Além do gingado no futebol, temos uma teimosa esperança de o povo apoderar-se tanto dos campos dos direitos sociais quanto o da busca pela justiça social.
O legado da Copa real é que a luta muda a vida.